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Saúde e Qualidade de Vida

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SETEMBRO AMARELO:
OLHANDO PARA A
FRAGILIDADE HUMANA

* Por Dr. Luiz Fernando Nicolodi

Nos meses de setembro, desde 2014, o Brasil iniciou as campanhas de prevenção ao suicídio, o chamado setembro amarelo. O motivo maior por trás dessa ação é levar a atenção de todos, em sociedade, para olhar a fragilidade com que muitas vezes a vida humana se depara.  Estima-se que mais de 800 milhões de pessoas se suicidam no mundo a cada ano. A cada 40 segundos acontece um suicídio e a cada três segundos algum ser humano atenta contra a própria vida.  O aumento dos casos só vem crescendo a cada ano e o impacto emocional e dor que gera é muito grande dentro e fora da família.

Assim, pode-se lançar um olhar compassivo e de cuidado para avaliar os motivos pelos quais o ser humano é levado a tomar uma atitude tão intensa contra si próprio. A pessoa que pensa em suicídio quer aliviar de maneira imediata, rápida e intensamente a dor que sente, seja física ou emocional. Mas como se chegou a tal ponto? Nesse caso, muitas vezes há por trás uma doença mental, umaa depressão, mas talvez um outro transtorno mental como bipolaridade, esquizofrenia, transtorno de personalidade, dentre outras. Mas ainda assim, como um transtorno mental surge na vida de uma pessoa? Claro que a resposta é complexa, mas se pode afirmar que é uma construção, às vezes de muito tempo, anos ou décadas, para que a doença se manifeste de forma exuberante.

Às vezes uma maneira de se frustrar diante de qualquer dificuldade, uma tristeza num fim de relacionamento, uma melancolia na perda de um familiar, uma raiva e indignação diante de um abuso moral, um sentimento de humilhação no bullying e por aí vai. O ambiente interno, mental e emocional é onde doenças mentais e o suicídio são gestados. O acúmulo dessas emoções aflitivas e perturbadoras, talvez ao longo do tempo, pode levar alguém a imaginar que apenas o suicídio é uma solução de seu sofrimento. Em suma, a doença mental, neste caso, surgiu de um pensamento inicial. Ao dar continuidade e julgar esses pensamentos cria-se padrões de percepção. Ao perceber a realidade de maneira deformada, pode haver apego ou cultivo de aversão às coisas e pessoas. Tentando manter o agradável e evitar o desagradável o indivíduo se aprisiona numa cadeia interminável de sofrimento que em muitos momentos nem sequer percebe.

Em relação a tirar a própria vida para aliviar o sofrimento, sabe-se que essa é uma aposta extremamente arriscada. Não se sabe nada do pós-morte, apenas especulações e hipóteses, assim como não se pode imaginar que o alívio do sofrimento irá cessar diante da morte. Não há garantia alguma em relação a isso.

Ao levantar todas essas questões, percebe-se a fragilidade dos seres humanos, a fragilidade de da vida. O quanto é importante ser cuidadoso e grato pela oportunidade a cada momento de continuar vivo e poder evoluir espiritualmente. Cada indivíduo, mesmo que não tendo passado por uma doença mental, ou até mesmo se reconheça como pessoa resiliente e madura com as emoções, não se pode garantir que esse cenário interno fique sempre harmonizado e pacífico. Pode-se passar por situações tão intensas na vida e por instantes se sentir completamente sem orientação e em total desespero que parecem que empurram o indivíduo para ações confusas e destrutivas. A sanidade mental também é frágil e é importante alegrar-se por a ter, cada um na sua experiência, a possibilidade de olhar para o mundo interno e aprender com detalhes como a mente funciona.

Na prevenção da doença mental e do suicídio, conhecer-se torna-se uma fortaleza; aquele que se conhece, conhece o mundo e pode ter a possibilidade constante de tomar novos rumos e direções na vida. Observando padrões negativos e destrutivos, abrindo mão de reforçá-los e ruminá-los, cultivando a bondade consigo, o autocuidado, a gentileza interna, e mantendo o foco mental nessa caminhada parecem ser bons passos para encontrar a felicidade e a paz no coração e alma.

Aqueles que se sentem muito fragilizados para fazer esse processo de transformação sozinhos, não hesitem em pedir auxílio profissional. Auxílio médico e psicológico são bem-vindos, participar de grupos terapêuticos, manter relações e amizades, aproximar-se da família, cuidar da própria saúde são ótimas atitudes que ajudarão a superar o sofrimento.

Que sua vida seja repleta de paz no coração e na sua alma.

 

* Dr. Luiz Fernando Nicolodi é diretor na Clínica Maha e médico de  
família. Trata o paciente a partir de uma perspectiva integral, ou seja,  
o indivíduo passa por uma análise nos níveis físico e mental.

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